PULE, KIM JOO SO: Resenha

A resenha a seguir pode conter SPOILERS! Leia por sua conta e risco.

Pule, Kim Joo So é um romance YA (young adult) escrito pela escritora e jornalista brasileira Gaby Brandalise e, como dito já na capa, foi inspirado nos dramas coreanos. Como todo ser pensante do planeta Terra deve saber, sou completamente apaixonada pelos conteúdos fantásticos produzido pela Coreia do Sul - principalmente pelos dramas e pelas músicas - e soube que precisava ler este livro logo que ele foi lançado. Tive a felicidade de encontrá-lo em promoção no estande do Grupo Record durante a Bienal do Livro em São Paulo e garanti logo o meu exemplar, empolgada e ávida pela leitura.

A história é narrada por um narrador onisciente em terceira pessoa, que foca em determinados núcleos e personagens no desenrolar da trama, e conta como a brasileira Marina encontra o coreano Kim Joo So no banheiro feminino de um aeroporto e apaixona-se por ele enquanto o abriga em sua casa. O casal passa por altos e baixos (com direito a teletransporte para Seul, na Coreia do Sul) enquanto tenta ficar junto e nós, leitores, vamos descobrindo aos poucos quem realmente é Marina e quem realmente é Kim Joo So e todo o mistério sobrenatural que envolve o encontro dos dois.

Se há uma palavra que pode descrever o livro, essa palavra definitivamente é: dinâmico. Foi uma das leituras mais rápidas e simples que já fiz, justamente porque não há longas descrições dos cenários e das ações dos personagens e a história em si não é longa. Por um lado, esse aspecto dinâmico e direto da escrita da Gaby Brandalise é ótimo para leitores que curtem histórias fluidas e descomplicadas para relaxar e se deixar levar pela trama. Por outro, para leitores como eu, que gostam de profundidade, de longas descrições e de estabelecer uma conexão com a trama e com os personagens, a história deixou um pouco a desejar. Não consegui criar empatia com o casal principal porque não me senti tocada pelo romance dos dois que, ao meu ver, foi desenvolvido rápido demais e não me parecia ter bases sólidas o suficiente para suportar as adversidades que estavam por vir ao longo do livro. E eu shippei errado! O personagem mais bem explorado, na minha concepção, foi Lee Tan, o antagonista, que foi quem eu shippei com a Marina do meio para o final do livro (só pra depois descobrir que não foi real </3), porque ele sim foi descrito e mostrado ao leitor de maneira mais íntima e detalhada. É o meu personagem favorito! Comecei detestando-o, mas aos poucos ele foi me ganhando e quando me dei conta já estava torcendo para ele ficar com a mocinha (o que vocês já entenderam que não aconteceu).

O final do romance ainda é uma incógnita para mim e talvez eu tenha que lê-lo mais uma vez para encaixar as peças que ficaram bagunçadas. Não posso dizer que fiquei satisfeita com a maneira como a história foi finalizada sem atar todas as pontas soltas, mas isso pode ser indício de um segundo volume, então eu prefiro aguardar um pouco antes de bater o martelo sobre esse quesito.

Minha expectativas, que foram lá em cima ao saber que finalmente alguém estava escrevendo um livro inspirado em kdramas, não foram completamente satisfeitas com Pule, Kim Joo So, mas eu respeito a iniciativa da autora e a parabenizo por abrir caminho para o que eu acredito (e espero de coração) ser o começo de um relacionamento ainda mais estreito entre Brasil e Coreia do Sul através da literatura. Vamos ficar de olho e ver o que vem por aí!